CDU vota contra
Jorge Santana apresenta moção para cancelar touradas na Feira de Sant’Iago
Na qualidade de porta-voz do movimento anti-touradas de Setúbal, o vereador Jorge Santana, eleito pelo PSD, apresentou uma moção onde pede o cancelamento imediato das corridas de toiros previstas para o final de Julho no âmbito da Feira de Sant’Iago. Apesar do apoio da bancada Socialista, a moção foi reprovada, com os votos contra da maioria CDU.
Vera Gomes
“Não se trata de um espectáculo, mas sim um evento degradante que em nada eleva a tradição tauromáquica”, refere a moção, apresentada anteontem, em reunião de câmara, pelo vereador Jorge Santana e reprovada pela maioria CDU.
O documento, apresentado pelo independente, eleito pelo PSD, refere-se à corrida de toiros prevista para dia 31 de Julho, no programa da Feira de Sant’Iago que começa já no próximo dia 24. A dita tourada deverá realizar-se numa praça desmontável, a mesma que acolheu a última edição das Marchas Populares de Setúbal, facto que Jorge Santana contesta, indicando que, “qualquer amante das touradas sabe que uma corrida de touros feita numa praça desmontável, não é uma corrida a sério, mas um abuso sobre os touros, sobre os cavalos e que, no geral, tem poucas condições de segurança”.
Mostrando-se preocupado com a segurança do local, o vereador alegou que “o historial da praça contratada por esta câmara não parece ser o melhor, pois há testemunhos preocupantes quanto a incidentes na mesma. O perigo de um acidente grave é demasiado real para não agir!”, alertou.
O vereador, que admitiu ser apreciador de touradas, revelou que reuniu com o movimento anti-touradas de Setúbal, denominado “És Animal/Plataforma de Acção pela Ética Animal em Setúbal”, sendo que as suas preocupações “baseiam-se no bom senso que o Executivo parece não querer escutar”. “Cabe-me, na oposição, o papel de provedor daqueles que não têm voz, pelo que faço submeter a esta reunião, a proposta do cancelamento imediato da tourada prevista para a Feira de Sant’Iago”, conclui a moção.
Ainda antes da votação, o vereador socialista José Luís Barão levantou uma questão sobre a posição do vereador André Martins, que, segundo o socialista, “deverá ter dificuldades em votar esta moção, dado que pertence ao Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), sendo inclusive membro do Conselho Nacional, cuja moção sectorial, na convenção nacional de 2006, refere que os membros do PEV não devem apoiar espectáculos que sejam demonstrativos de dor e desconforto nos animais”.
Em resposta, André Martins lamentou que Jorge Santana “se sujeite a ser porta-voz de alguém que não está representado na câmara”, e acusou-o de aproveitar a oportunidade para “dar nas vistas”. Apesar de, aparentemente, a sua posição ser contra as touradas, o vice-presidente da autarquia votou mesmo contra a moção, justificando-se com o facto de não aceitar que alguém “se ponha em bicos de pés só porque tem essa oportunidade, ainda mais tratando-se de um assunto tão sério”.
Para Jorge Santana, o vereador André Martins “arranjou forma de votar contra, habilmente justificando-se com toda a incoerência” e acrescentou ainda ter “muito orgulho de ser porta-voz dos cidadãos”.
A presidente da autarquia garantiu que a câmara tem “seguros do funcionamento do equipamento” e que, as alegações de Santana são um “atestado de alguma gravidade à empresa” responsável pela praça.
Maria das Dores Meira explicou que “o desejo de ter as touradas, já de há vários anos, era do Grupo de Forcados de Setúbal e a câmara acedeu este ano porque eles conseguiram preços muito baixos para a praça desmontável”. “Estas pessoas também merecem o nosso respeito e estamos aqui para agradar a todos!”, admitiu ainda a edil, deixando uma ideia no ar. “Este é um tema apaixonante (…) se calhar era um bom tema de debate entre os dois grupos (contra e a favor da tourada) mas não nos cabe a nós promover isso”, afirmou.
Considerando “degradante” a decisão da autarquia “em ir atrás das pretensões de alguns para tentar absorver algumas simpatias”, o vereador Santana lembrou que o aluguer da praça desmontável tem um custo de 15 mil euros “numa autarquia com problemas financeiros”.
Após a votação, com os votos contra de toda a bancada CDU e a favor dos vereadores do PS e PSD, o vereador José Luís Barão justificou o voto da bancada socialista pelo facto do evento previsto ter “falta de dignidade” e por não ter ficado provada a existência de segurança no recinto.
O vereador fez ainda questão de comentar a votação de André Martins, alegando que era “um dia triste para os valores da ecologia e do bem-estar animal”, sendo que a decisão do vereador, membro do PEV, “deu azo a que se rompa o código genético de valores do partido ecologista”.
Jorge Santana apresenta moção para cancelar touradas na Feira de Sant’Iago
Na qualidade de porta-voz do movimento anti-touradas de Setúbal, o vereador Jorge Santana, eleito pelo PSD, apresentou uma moção onde pede o cancelamento imediato das corridas de toiros previstas para o final de Julho no âmbito da Feira de Sant’Iago. Apesar do apoio da bancada Socialista, a moção foi reprovada, com os votos contra da maioria CDU.
Vera Gomes
“Não se trata de um espectáculo, mas sim um evento degradante que em nada eleva a tradição tauromáquica”, refere a moção, apresentada anteontem, em reunião de câmara, pelo vereador Jorge Santana e reprovada pela maioria CDU.
O documento, apresentado pelo independente, eleito pelo PSD, refere-se à corrida de toiros prevista para dia 31 de Julho, no programa da Feira de Sant’Iago que começa já no próximo dia 24. A dita tourada deverá realizar-se numa praça desmontável, a mesma que acolheu a última edição das Marchas Populares de Setúbal, facto que Jorge Santana contesta, indicando que, “qualquer amante das touradas sabe que uma corrida de touros feita numa praça desmontável, não é uma corrida a sério, mas um abuso sobre os touros, sobre os cavalos e que, no geral, tem poucas condições de segurança”.
Mostrando-se preocupado com a segurança do local, o vereador alegou que “o historial da praça contratada por esta câmara não parece ser o melhor, pois há testemunhos preocupantes quanto a incidentes na mesma. O perigo de um acidente grave é demasiado real para não agir!”, alertou.
O vereador, que admitiu ser apreciador de touradas, revelou que reuniu com o movimento anti-touradas de Setúbal, denominado “És Animal/Plataforma de Acção pela Ética Animal em Setúbal”, sendo que as suas preocupações “baseiam-se no bom senso que o Executivo parece não querer escutar”. “Cabe-me, na oposição, o papel de provedor daqueles que não têm voz, pelo que faço submeter a esta reunião, a proposta do cancelamento imediato da tourada prevista para a Feira de Sant’Iago”, conclui a moção.
Ainda antes da votação, o vereador socialista José Luís Barão levantou uma questão sobre a posição do vereador André Martins, que, segundo o socialista, “deverá ter dificuldades em votar esta moção, dado que pertence ao Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), sendo inclusive membro do Conselho Nacional, cuja moção sectorial, na convenção nacional de 2006, refere que os membros do PEV não devem apoiar espectáculos que sejam demonstrativos de dor e desconforto nos animais”.
Em resposta, André Martins lamentou que Jorge Santana “se sujeite a ser porta-voz de alguém que não está representado na câmara”, e acusou-o de aproveitar a oportunidade para “dar nas vistas”. Apesar de, aparentemente, a sua posição ser contra as touradas, o vice-presidente da autarquia votou mesmo contra a moção, justificando-se com o facto de não aceitar que alguém “se ponha em bicos de pés só porque tem essa oportunidade, ainda mais tratando-se de um assunto tão sério”.
Para Jorge Santana, o vereador André Martins “arranjou forma de votar contra, habilmente justificando-se com toda a incoerência” e acrescentou ainda ter “muito orgulho de ser porta-voz dos cidadãos”.
A presidente da autarquia garantiu que a câmara tem “seguros do funcionamento do equipamento” e que, as alegações de Santana são um “atestado de alguma gravidade à empresa” responsável pela praça.
Maria das Dores Meira explicou que “o desejo de ter as touradas, já de há vários anos, era do Grupo de Forcados de Setúbal e a câmara acedeu este ano porque eles conseguiram preços muito baixos para a praça desmontável”. “Estas pessoas também merecem o nosso respeito e estamos aqui para agradar a todos!”, admitiu ainda a edil, deixando uma ideia no ar. “Este é um tema apaixonante (…) se calhar era um bom tema de debate entre os dois grupos (contra e a favor da tourada) mas não nos cabe a nós promover isso”, afirmou.
Considerando “degradante” a decisão da autarquia “em ir atrás das pretensões de alguns para tentar absorver algumas simpatias”, o vereador Santana lembrou que o aluguer da praça desmontável tem um custo de 15 mil euros “numa autarquia com problemas financeiros”.
Após a votação, com os votos contra de toda a bancada CDU e a favor dos vereadores do PS e PSD, o vereador José Luís Barão justificou o voto da bancada socialista pelo facto do evento previsto ter “falta de dignidade” e por não ter ficado provada a existência de segurança no recinto.
O vereador fez ainda questão de comentar a votação de André Martins, alegando que era “um dia triste para os valores da ecologia e do bem-estar animal”, sendo que a decisão do vereador, membro do PEV, “deu azo a que se rompa o código genético de valores do partido ecologista”.