PS acusa CDU de “adoptar estilo de concentração de poderes”
Os vereadores do PS na Câmara Municipal de Setúbal acusam o executivo comunista, liderado por Maria das Dores Meira, de adoptar “um estilo de concentração de poderes” e de “negação”, aos partidos da oposição, “dos direitos à informação e à igualdade de armas”. Teresa Almeida, que entretanto renunciou ao seu mandato na autarquia, considera, por isso, que tem “existido um crescente défice democrático inaceitável, sem precedentes na história política do município de Setúbal”.
A ex-vereadora socialista lamenta o “afastamento” dos vereadores do seu partido e do PSD do edifício dos paços do concelho, uma vez que estes, no seu entender, “foram colocados noutro local, sem condições de trabalho e sem equipamentos adequados que permitam aceder à rede interna de trabalho da câmara municipal”. “Os vereadores do PS, ainda assim, têm levantado assuntos que consideram ser do interesses dos setubalenses”, alega.
De entre os temas em questão, Teresa Almeida recorda a apresentação de uma moção, que visava o regresso da feira de Sant’Iago ao centro da cidade, entretanto “chumbada pelos votos da CDU, numa atitude arrogante que não permitiu que a questão fosse debatida e devidamente ponderada”. “A CDU permitiu ainda o corte nos investimentos privados na modernização da linha ferroviária de Setúbal, bem como na criação de um parque de estacionamento subterrâneo na zona da Praça do Brasil”, reitera.
Além das críticas em torno de ambos os assuntos, Teresa Almeida revela que o PS já pediu esclarecimentos à Inspecção-Geral da Administração local (IGAL) sobre alegadas “irregularidades na requalificação do Fórum Luísa Todi”. “Esta obra é um claro exemplo de como a coisa pública não pode gerida”, explica. De igual modo, a ex-vereadora do PS lamenta que os primeiros “cem dias do executivo da CDU fiquem marcados por uma linha política de continuidade de empolamento de receitas, de aumento das despesas correntes e de gastos com pessoal”.
“Grave é também a ausência de resposta para uma proposta que visava implementar um plano anti-corrupção na câmara, a manutenção dos níveis do passivo financeiro global e o incumprimento do contrato de reequilíbrio financeiro”, conclui. Contactado pelo “Setúbal na Rede”, fonte do gabinete da presidência de Maria das Dores Meira ressalva apenas que a autarca “vai tomar uma posição sobre estas críticas muito em breve”.
Bruno Cardoso - 05-02-2010 15:20
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